Notícias

Levantamento mede diferença entre preços praticados no varejo e a inflação oficial

A chamada ‘inflação do bolso’ é a que impacta efetivamente o consumidor, mostra o estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação.

Um levantamento mediu a diferença entre a inflação oficial e os preços que os brasileiros encontram na hora da compra.

Quando o dinheiro está curto, só o que é essencial vai para o carrinho de compras.

“Vou pegar uma cebolinha, um carré, uma saladinha e pronto, vamos embora. Senão já vai R$ 50 fácil”, diz um homem em um supermercado.

“Não consigo comprar tudo, nunca. Você vai um mês e gasta um tanto, vai outro mês e gasta o dobro”, afirma a comerciante Irani Bozolla.

É quando passa no caixa para pagar a conta que o consumidor entende que a inflação, na prática, é bem diferente da inflação oficial. E isso explica a dificuldade de muitas famílias para equilibrar o orçamento.

O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação fez as contas e encontrou um abismo entre a inflação oficial e a variação que os consumidores encontram no comércio. É o que os pesquisadores chamam de "inflação do bolso".

Eles selecionaram 40 produtos entre os mais consumidos pelos brasileiros e analisaram os preços em março de 2020 – no começo da pandemia – e em maio deste ano. Para isso, usaram a base de dados do próprio instituto e também preços praticados por grandes redes de varejo.

Depois, o IBPT comparou essa variação com a inflação oficial do mesmo período, que foi de 19,9%. O resultado geral da pesquisa mostrou que, em média, esses 40 produtos tiveram uma alta bem maior: 57,5%.

“Essa ‘inflação do bolso’, essa que você vai no mercado mês a mês e acaba comprando cada vez menos produtos, essa sim é a que realmente sentimos. E a inflação oficial é muito, muito menor que essa do bolso. A falta de dinheiro das pessoas que gastam muito com alimentação é provocada com a inflação do bolso”, explica João Eloi Olenike, presidente-executivo do IBPT.

O ovo teve a maior variação entre os itens analisados. Segundo o levantamento, em 2020, a dúzia era encontrada a R$ 6,90. Este ano, passou de R$ 22, uma alta de 222,03%, bem acima da inflação acumulada no período.

De acordo com o instituto, a "inflação do bolso" do açúcar foi de 130%. O litro do leite integral subiu 124% e o quilo da carne de boi, 111%.

Os preços têm preocupado demais a dona Teresa, pensionista e única renda da casa onde mora com a filha com deficiência.

“Quase não consumimos mais carne por causa do preço elevado. Não estou tendo condições”, conta.

O levantamento encontrou ainda altas expressivas em itens de vestuário, higiene pessoal e materiais de construção. Dos 40 produtos verificados, apenas dois ficaram abaixo do índice oficial: a caneta esferográfica (4,4%) e o caderno de dez matérias (6,9%).

voltar

Links Úteis

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.7947 5.7965
Euro/Real Brasileiro 6.0976 6.1125
Atualizado em: 15/11/2024 12:56

Indicadores de inflação

08/2024 09/2024 10/2024
IGP-DI 0,12% 1,03% 1,54%
IGP-M 0,29% 0,62% 1,52%
INCC-DI 0,70% 0,58% 0,68%
INPC (IBGE) -0,14% 0,48% 0,61%
IPC (FIPE) 0,18% 0,18% 0,80%
IPC (FGV) -0,16% 0,63% 0,30%
IPCA (IBGE) -0,02% 0,44% 0,56%
IPCA-E (IBGE) 0,19% 0,13% 0,54%
IVAR (FGV) 1,93% 0,33% -0,89%